PIB BRASILEIRO ESTAGNOU EM 2014

 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) expandiu 0,1% em 2014 em relação ao ano anterior, atingindo R$ 5,5 trilhões. Este é o resultado mais fraco da atividade desde a crise no ano de 2009, quando o PIB encolheu 0,2%. O crescimento médio do PIB brasileiro no primeiro mandato da presidente Dilma foi de 2,1%, inferior ao das principais economias da América Latina, com exceção da Argentina e da Venezuela. Na comparação internacional, o país ocupa posição de destaque no ranking das economias que tiveram o pior resultado no ano passado, tendo superado apenas o desempenho do Japão, Itália, Finlândia, Croácia e Chipre, bem como da Rússia e da Ucrânia, que sofrem efeitos de conflitos geopolíticos.

 

A apuração do PIB nacional foi revisada com a aplicação de nova metodologia que, entre outras alterações, passou a incluir os gastos com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no cálculo da Formação Bruta de Capital Fixo (investimento), o que favoreceu o resultado de 2014 e dos anos anteriores. Ainda assim, sob a ótica da demanda, a queda dos investimentos (-4,4%) foi destaque, impactada, principalmente, pela forte retração do nível de confiança dos empresários. 

Fatores como a redução na produção interna, a menor importação de bens de capital e o desempenho negativo da construção civil também influenciaram a performance da economia brasileira no ano passado. 

O consumo das famílias registra desaceleração desde 2011, reafirmando em 2014 o seu esgotamento como propulsor do crescimento brasileiro mediante a expansão de 0,9%, frente ao ano anterior. À despeito do avanço de 4,1% da massa salarial em termos reais, a retração do consumo das famílias foi influenciada pelo arrefecimento do crédito, pela inflação, juros mais elevados e pela redução da geração de empregos.

Ainda sob a ótica da demanda, as exportações e as importações também decresceram. O setor automotivo foi o que mais influenciou a queda nas exportações, impactado pela crise dos principais países importadores de veículos brasileiros, como a Argentina. Em relação às importações, a retração foi puxada também pela indústria automotiva e a de máquinas e equipamentos.

Sob a ótica da oferta, observa-se uma perda de dinamismo na indústria, na agropecuária e no setor de serviços (0,7%). Entre eles, a indústria foi o setor de pior desempenho no ano, ao registrar queda de 1,2% em relação a 2013. A indústria de transformação reduziu 3,8%, impactada pela queda no valor adicionado dos setores automotivo (incluindo peças e acessórios), máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos e produtos de metal. A crise hídrica impactou a geração de energia elétrica, explicando em grande parte a retração de 2,6% dos Serviços Industriais de Utilidade Pública - SIUP. A construção civil, que exibiu crescimento de 4,7% em 2013, garantindo em grande parte o resultado positivo da indústria naquele ano, também registrou retração de 2,6% em 2014. 

O destaque positivo na indústria se deu no setor extrativo, que exibiu recuperação em 2014 com expansão de 8,7%, explicada pelos aumentos na extração de petróleo, gás natural e minérios ferrosos. Além da queda dos preços das principais commodities minerais, o seu excesso de oferta global também imporá à indústria extrativa grandes desafios em 2015 e 2016. 

A agropecuária cresceu em 2014 (0,4%) a um ritmo muito inferior ao de 2013 (7,9%). Houve perda de produtividade em todas as culturas, exceto de arroz e algodão. Colaboraram para o desempenho positivo do setor agrícola em 2014, as culturas de soja, mandioca, algodão, arroz e trigo. A Ásia, em função da crescente demanda chinesa, tornou-se uma das maiores demandantes das exportações de produtos brasileiros do agronegócio. Desta forma, a desaceleração da China impactará o agronegócio exportador brasileiro, onde a demanda deve continuar crescendo, mas em ritmo menor. 

Os fatores que impactaram negativamente os resultados de 2014 permanecerão marcando o cenário econômico em 2015, agravado ainda pelo aumento do desemprego, bem como por uma crise política e por atuações da polícia federal, como a operação Lava Jato, que impactará negativamente todo o setor de infraestrutura do país. É fato que o Real desvalorizado tende a beneficiar setores com maior nível de abertura comercial, elevando a importância das exportações como vetor do crescimento neste ano. A retomada dos investimentos públicos e privados, base do desenvolvimento econômico de qualquer país, dependerá da capacidade do governo de promover ajustes nas contas públicas, bem como de resgatar a sua credibilidade na condução dos principais temas econômicos e políticos do país. Até que isto aconteça, a expectativa é de que o PIB de 2015 registre queda de 1,2%.

A publicação completa "Contas Nacionais Trimestrais" pode ser acessada aqui.

 

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