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PIB MOSTRA QUEDA DE 0,2% NO 1º TRIMESTRE DO ANO
O PIB brasileiro atingiu R$ 1,4 trilhão no 1º trimestre de 2015, indicando retração de 0,2%, se comparado ao 4º trimestre de 2014 e de 1,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação ao último trimestre de 2014, pela ótica da oferta, houve recuo na Indústria (-0,3%) influenciado pelo resultado negativo da indústria de transformação (-1,6%), de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,3%), enquanto a indústria extrativa (3,3%) e a construção civil (1,1%) apresentaram crescimento. O setor de serviços, responsável por 61% da economia brasileira, voltou a registrar queda (0,7%) no mesmo período, após dois trimestres consecutivos de crescimento. O desempenho foi puxado pelo setor de transporte, armazenagem e correio (-2,1%), que sofre com as perdas generalizadas na indústria, bem como pelo arrefecimento do comércio (-0,4%), que vem perdendo fôlego desde o início de 2014, com exceção do período de natal. Adicionalmente, os serviços de administração, saúde e educação pública (-1,4%), intermediação financeira e seguros (-0,8%) também tiveram resultado negativo. Paralelamente, as atividades imobiliárias (1,2%) e os serviços de informação (1,1%) apresentaram aumento. O destaque positivo se deu na agropecuária, que cresceu 4,7% no período. Comparativamente ao 1º trimestre de 2014, o setor avançou 4,0% impulsionado pelas safras de soja (10,6%), arroz (0,7%), mandioca (5,1%) e fumo (1,7%). Houve queda em todos os componentes da demanda agregada. Entre eles, o consumo das famílias foi o mais atingido, com recuo de 1,5%, impactado pelo aumento da inflação, pelas dificuldades na obtenção de crédito, assim como pela queda no emprego e na renda. A formação bruta de capital fixo e as despesas do governo tiveram o mesmo nível de perda (-1,3%). O resultado é condizente com os baixos níveis históricos de confiança de empresários, que têm adiado decisões de investimentos, assim como pelas restrições do orçamento público, que tendem a ser agravadas pelo ajuste fiscal. A queda das importações e da produção interna de bens de capital também explica o fraco desempenho da formação bruta de capital fixo.
No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB reduziu 0,9%, influenciado pela indústria (-2,5%), serviços (-0,2%) e pela formação bruta de capital fixo (-6,9%). A agropecuária (0,6%), o consumo das famílias (0,2%) e o consumo do governo (0,4%) foram os destaques positivos. No entanto, vale ressaltar que, estes dois últimos itens vêm apresentando esfriamento paulatino nos últimos trimestres. Os principais vetores de crescimento do PIB (consumo, investimento e gastos do governo) demonstram enfraquecimento, inviabilizando o crescimento do país no curto prazo. A retomada do desenvolvimento econômico brasileiro passa pelo resgate da confiança dos agentes econômicos nacionais e internacionais, que por sua vez, depende do sucesso das medidas macroeconômicas que vêm sendo adotadas. Neste ambiente, as projeções divulgadas pelo Banco Central apontam para uma queda de 1,3% do PIB em 2015 e um avanço de 1,0% em 2016. |
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