QUEDA NO PIB É INTENSIFICADA PELA REDUÇÃO NOS INVESTIMENTOS

A atividade econômica do Brasil mostrou recuo no segundo trimestre do ano, conforme indicou o resultado do Produto Interno Bruto - PIB - divulgado pelo IBGE. Na série livre de influências sazonais, o indicador apresentou retração de 1,9% quando comparado ao trimestre imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período de 2014 o recuo foi de 2,6%, enquanto no acumulado em quatro trimestres a queda foi de 1,2%. Entre os meses de abril e junho o PIB brasileiro atingiu R$ 1,4 trilhão.



 

Na comparação com o segundo trimestre do ano anterior, pelo lado da oferta, o componente de maior queda foi geração de valor adicionado da indústria (-5,2%), influenciada principalmente pelo resultado negativo das indústrias de transformação (-8,3%), de construção (-8,2%) e de produção e distribuição de eletricidade, água e gás (-4,7%). Em contrapartida a indústria extrativa registrou crescimento de 8,1% no período. 

Ainda pelo lado da oferta, o setor de serviços registrou queda de 1,4% no mesmo período. O baixo desempenho foi motivado pelos setores de comércio (-7,2%) e de transporte, armazenagem e correio (-6,0%), que absorvem os impactos negativos da indústria e da baixa no consumo das famílias. 

Na contramão do resultado, a agropecuária cresceu 1,8% no período, em virtude do desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela melhora na produtividade do setor e na estimativa de crescimento da produção anual, especialmente em produtos como soja (11,9%), milho (5,2%), arroz (4,4%), mandioca (2,3%) e cana de açúcar (2,1%). 

Pelo lado da demanda, apenas as exportações (7,5%) mostraram crescimento na comparação com o segundo trimestre de 2014, em parte pelo enfraquecimento do Real que, adicionalmente, inibiu as importações (-11,5%) no período. 

A Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos), que recuou 11,9%, apresentou a maior queda desde o primeiro trimestre de 1996 (-12,7%). O recuo nos investimentos e na demanda interna tem motivado o decréscimo nas importações e na produção nacional de bens de capital, que por sua vez, foi influenciado pelo desempenho negativo da construção civil. O consumo das famílias e o consumo do governo caíram 2,7% e 1,1%, respectivamente. 

No acumulado dos últimos quatro trimestres, os destaques negativos foram a indústria (-2,9%), pelo lado da oferta, e a formação bruta de capital fixo (-7,9%), sob a ótica da demanda. Os destaques positivos foram a agropecuária (1,6%) e as exportações. 



 

Os principais vetores de crescimento do PIB (consumo, investimento e gastos do governo) demonstram enfraquecimento. A retomada do desenvolvimento econômico brasileiro passa pelo resgate da confiança dos agentes econômicos nacionais e internacionais e pelo alinhamento das lideranças políticas do País. Neste ambiente, as projeções divulgadas pelo Banco Central apontam para uma queda de 2,06% do PIB em 2015 e recuo 0,24% em 2016.

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